Reações de vacinas em bebês: Pediatra explica quais são elas e seus efeitos

 Reações de vacinas em bebês: Pediatra explica quais são elas e seus efeitos

Pediatra do Hospital América de Mauá explica quais são elas e seus efeitos

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) uma série de vacinas, que devem ser realizadas nos primeiros 12 meses de vida, são recomendadas. A maioria delas é oferecida de forma gratuita na rede pública. No entanto, embora contribuam para um desenvolvimento saudável e previnam doenças é importante saber que todas as vacinas podem causar reações adversas, em geral, febre, dor e edema (inchaço) no local da aplicação.

“Todos esses efeitos são de leve intensidade e por curto período. Para cada vacina há um grupo de efeitos mais raros que podem acontecer como choro inconsolável, episódio hipotônico- hiporresponsivo (perda de força e da consciência), convulsões febris e anafilaxia. No entanto, vale ressaltar que esses efeitos são sempre muito mais leves do que as doenças que as vacinas protegem”, comenta a Dra. Simone Holzer, pediatra do Hospital América de Mauá.

Em geral, cada criança tem uma resposta particular e uma sensibilidade diferente para cada uma das vacinas. Confira a seguir quais efeitos podem acontecer.

A vacina BCG quase sempre deixa uma cicatriz característica, com até 1 cm de diâmetro no local em que foi aplicada (braço direito). Um cuidado importante é quando houver o aparecimento da úlcera, após 3 a 4 semanas da vacinação, não colocar produtos, medicamentos ou curativos no local. Efeitos adversos podem ser locais e regionais – úlcera (ferida com diâmetro maior que 1 cm) que demora para cicatrizar e presença de linfadenopatia regional (gânglios) e abscessos maiores que 3 cm.

A tríplice bacteriana (DTPw ou DTPa) – Haemophilus influenza do  tipo b  e Hepatite B, desde 2012, estão associadas à tríplice bacteriana.  A vacina conhecida como pentavalente pode provocar vários eventos adversos, que  devem-se principalmente ao componente pertussis, tais efeitos ocorrem geralmente entre as primeiras 48 a 72 horas; febre baixa a moderada, principalmente na primeira dose; irritabilidade, vermelhidão, dor, inchaço no local da aplicação. Raramente sonolência prolongada, anorexia, choro persistente e vômitos. Em menos de 0,01 a 1% pode ocorrer, nas primeiras 48 horas, o episódio hipotônico-hiporresponsivo, que é geralmente transitório e autolimitado, com bom prognóstico. Convulsão pode ocorrer nas primeiras 72 horas, com bom prognóstico, não havendo demonstração de sequelas a curto ou longo prazo.

A vacina de Poliomielite – vale ressaltar que contamos com dois tipos de vacina para a poliomielite, a VOP de vírus atenuado (oral) e a VIP de vírus inativo (injetável).  No calendário do estado de São Paulo a VIP é utilizada aos 2, 4 e 6 meses. Os reforços aos 15 meses e aos 4 anos são realizados com a VOP.  VIP- Pode ocorrer eritema (vermelhidão), endurecimento e dor no local da aplicação; febre moderada raramente. VOP- em geral, a vacina oral contra a poliomielite é bem tolerada e raramente está relacionada a evento adverso, mas por conter o vírus vivo, este evento pode vir a se manifestar. O principal é a paralisia pós-vacinal, quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostrou taxa de registro de um caso para cada 3,2 milhões de doses distribuídas. Esse risco é muito maior (quase o dobro) quando da aplicação da primeira dose. Podem ocorrer também reações alérgicas: urticária e erupções na pele com coceira.

O Rotavírus – Irritabilidade, vômitos e diarreia moderados. Raramente Invaginação intestinal, durante as duas primeiras semanas, após a dose da vacina (com divergências na literatura se há ou não esse efeito com as vacinas rotavírus utilizadas atualmente).

A Meningocócica conjugada – edema, endurecimento, dor e vermelhidão no local da aplicação; perda de apetite; irritabilidade; sonolência; febre e dor muscular. Mais comuns nas primeiras 72 horas, após aplicação.

A Meningocócica B – as reações mais comuns são sensibilidade e eritema no local da injeção, febre e irritabilidade. A febre alta com duração de 24 a 48 horas pode ocorrer em mais de 10% dos vacinados. Outros efeitos incluem a perda de apetite; sonolência; choro persistente; irritabilidade; diarreia; vômitos e cefaleia (dor de cabeça). Mais raramente episódio hipotônico – hiporresponsivo.

A Pneumocócica conjugada – Dor, edema, vermelhidão, nódulo no local da injeção e irritabilidade são comuns com esta vacina. Também podem ocorrer menos frequentemente: Perda de apetite, sonolência e febre. Essas manifestações são leves e transitórias.  Episódio hipotônico-hiporresponsivo e reações alérgicas são raros.

Caso você observe no seu bebê algum efeito diferente, ou os sintomas levarem muito tempo para desaparecerem, procure o pediatra.


Dra. Simone Holzer | Médica pediatra do Hospital América de Mauá | Professora da Faculdade de Medicina do ABC.

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