Colégio de São Caetano cria campanha “Celular Zero na Escola” e os resultados são surpreendentes

 Colégio de São Caetano cria campanha “Celular Zero na Escola” e os resultados são surpreendentes

Imagine a cena: Um intervalo de aula em silêncio, com todos os alunos olhando cada qual o seu celular. Encontre o erro: Muito fácil, não é mesmo? É o que percebeu o corpo docente e a direção do Castelo Bilingual School, em São Caetano do Sul. E justamente por isso, o colégio lançou no início deste ano a campanha “Celular Zero na Escola”.

O Colégio permite que as crianças comecem a levar seus celulares a partir do 6º ano. Segundo a diretora, já no 5º ano começa a euforia com os alunos desejando levar o aparelho para a escola. Nos intervalos, pouca interação entre todos e nas salas de aula, conflitos constantes entre os professores e alunos para a não utilização de celular quando não necessários na aula.

"Zero Celular na Escola" promove nova interação entre alunos.

A solução encontrada foi lançar a campanha “Celular Zero na Escola“, que determina que os alunos deixem seus celulares na mesa do professor e apenas o peguem de volta na hora da saída. Os intervalos que antes eram quietos e estranhos, agora, são repletos de brincadeiras, conversas, risos e muita interação. As crianças pulam corda, jogam futebol, fazem rodinha de vôlei e até leem livros.

“Esse assunto da proibição do uso ou do pouco uso de celulares nas escolas, já é bastante debatido entre professores e mantenedores da rede de ensino, então, resolvi lançar a campanha “Celular Zero na Escola”, aqui, no Castelo Bilingual School. Contudo, não se trata de uma ‘proibição’, mas sim de um atitude inicial. Atualmente, os alunos deixam o celular desligado em uma caixinha, que fica na mesa do professor, e nem para o intervalo eles levam o celular. Hoje tivemos uma grata surpresa: os alunos trouxeram cartas para jogar, começaram a conversar e a se divertir muito, a brincar, a rir e foi sensacional, como há muito tempo não víamos os adolescentes se divertirem tanto. Antes era um triste silencio, uma vez que os jovens conversavam apenas pelo WhatsApp ou através dos jogos que ficavam brincando no aparelho”, disse a diretora.

Castelo Bilingual School - Concurso de bolsa de estudos

Contudo, a intenção da direção da escola, não é o de proibir, mas sim orientar quanto aos riscos que o uso exagerado das telas pode provocar nos jovens:

“Combinamos com eles que uma vez por semana poderão levar o celular ao intervalo. Às sextas-feiras, então, vamos ver aquele silêncio de volta, mas depois vamos iniciar com eles um debate sobre o assunto, sobre os benefícios e malefícios que o uso excesso das telas provoca. Claro que o celular não é o vilão da história, visto que os professores estão orientados a utilizar a tecnologia nos momentos chaves de ensino. É uma questão de saber dosar, e vamos trabalhar isso, mesmo sabendo que não será fácil ‘remar contra a maré'”, concluiu a diretora.

castelo bilingual

Celular: Malefícios x Benefícios

Afinal, o celular pode mesmo prejudicar o desenvolvimento social e intelectual dos jovens? Até que ponto a campanha  Celular Zero na Escola pode ser um avanço dentro do sistema de ensino brasileiro? Não estaria a escola na contramão dos avanços tecnológicos e até mesmo da revolução digital que também contempla o sistema educacional?

Especialistas afirmam que não. Um relatório divulgado pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, no ano passado, ecoou no mundo todo como um alerta sobre os riscos que o uso excessivo das telas pode causar na vida das crianças e dos jovens. O relatório elaborado através de um estudo de campo, realizado em 14 países, mostrou que “a simples proximidade de um aparelho celular era capaz de distrair os estudantes e provocar um impacto negativo na aprendizagem”.

O neurocientista francês Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, foi além e afirma que não é apenas a distração o problema do uso excessivo do celular, mas sim, o desenvolvimento intelectual que fica em risco. Segundo Desmurget, um estudo recente mostra que os jovens de hoje são a primeira geração da história com um QI (Quociente de Inteligência que mede a capacidade intelectual de um indivíduo) mais baixo do que a de seus pais.

Segundo o neurocientista, o uso excessivo da tela, prejudica a linguagem, a concentração, a capacidade de reter conhecimentos e adquirir cultura no envolvimento com a família, outros indivíduos e principalmente na compreensão do mundo através dos sentidos: “Ninguém diz que a ‘revolução digital’ é ruim e deve ser interrompida. Mas quando uma tela é colocada nas mãos de uma criança ou adolescente, quase sempre prevalecem os usos recreativos mais empobrecedores e não os recursos que podem aprimorar seu desenvolvimento. Isso inclui, em ordem de importância: televisão, que continua sendo a tela número um de todas as idades (filmes, séries, clipes, etc.); depois os videogames (principalmente de ação e violentos) e, finalmente, na adolescência, um frenesi de auto exposição inútil nas redes sociais.”

Celular na Escola

Proibição no mundo

Muitos países já adotaram a política de proibição do uso de aparelhos em salas de aula ou mesmo do uso controlado e permitido em momentos propícios, sendo eles Portugal, Suíça, México Finlândia, Escócia, Estados Unidos, Canadá, França, Guiné, Bangladesh, Letônia, Holanda, Espanha e Uzbequistão.

No Brasil, 7 em cada 10 crianças de 12 anos têm um celular próprio, e o país lidera o ranking mundial de uso de smartphone entre jovens, com 95% dos adolescentes teclando — quase 20% acima da média global.

Para controlar o uso excessivo e de forma imprópria, o Governo do Estado de São Paulo bloqueou neste mês de fevereiro, o uso das redes sociais tanto para os alunos quanto para os demais professores e funcionários das escolas públicas. A medida foi tomada três dias depois de o Governo Carioca proibir o aparelho nas escolas municipais, seguindo o que já é tendência em muitos países.

Contudo, a Lei nº 12.730, de 11/10/2007, proíbe o uso telefone celular nos estabelecimentos de ensino do Estado de SP, durante o horário de aula. Mais um motivo para outras instituições seguirem a tendência da campanha “Celular Zero na Escola”.

Segundo a Diretora do Castelo Bilingual School, em São Caetano do Sul, o momento é de enfrentar a situação e seguir o exemplo de outros países calcados nos estudos e na Ciência: “Chegamos a um ponto em que não podemos mais cruzar os braços e precisamos decidir – o que a escola quer? A escola tem um poder de decisão, vamos continuar sendo agente de formação, remando contra a maré, tomando uma atitude nada fácil ou vamos continuar isentos, deixando acontecer esse grande processo destrutivo na vida dos adolescentes? Aqui no Colégio optamos por enfrentar a situação e conscientizá-los através das próprias aulas, onde os professores abordarão pesquisas e claro, os incentivarão ao uso correto do aparelho. Sempre respeitando a campanha “Celular Zero na Escola”, concluiu.

O Castelo Bilingual School, fica na rua São Paulo, nº 1.877, em São Caetano do Sul. Informações pelos telefones 11 4229-8188 /11 94360-8188.

Celular na Escola


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