Vem brincar comigo, mãe? Pai? Alguém? Qual seu papel nas brincadeiras das crianças?
Na geração de filhos únicos, as crianças, muitas vezes, não tem outra alternativa a não ser brincar com os adultos.
Vocês, pais, já devem estar cansados de saber que devem tirar um tempinho para brincar com seus filhos e que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento delas, não é mesmo?
Até aí, tudo bem! Mas, vocês já se perguntaram qual é o seu papel, como adulto, nas brincadeiras das crianças?
Como adulto, você tem uma grande vantagem: seu repertório de experiências é bem maior e isso faz com que você conheça muitas brincadeiras. Além disso, sua imaginação, apesar de ter diferenças, é mais elaborada do que a do seu filho.
Entendemos que, assim como as demais funções psicológicas, a nossa capacidade de criar e imaginar não nasce com a gente (ao contrário do que muitos pensam), mas sim é fruto de um longo processo resultante, basicamente, da nossa interação com o meio em que vivemos. Na criança, diferente do adulto, a imaginação acontece ainda de forma pouco racional ou lógica.
No entanto, apesar das vantagens mencionadas, o fato de nós, adultos, termos maior consciência da realidade, de modo geral (e exatamente por isso!), estamos muito mais preocupados com a lógica dos fatos, com a organização das brincadeiras, com o possível, com a realidade e com a obediência das regras impostas.
Janusz Korczak (1878-1942), médico e pedagogo, nos surpreende pela sensibilidade de sua narrativa. A beleza de seu texto confronta com a imposição do adulto, neste caso, atrapalhando a brincadeira das crianças. Escrito há mais de mais de 70 anos, mas que ainda faz muito sentido. Ele fala aqui, como se tivesse voltado a ser criança:
“Antes de começar a brincar, a gente [a criança] determina as regras, (…) Se estamos cansados ou sem muita vontade de brincar, ou se alguém faz alguma coisa que não é permitida, o jogo é interrompido e começa a discussão. (…) Põe-se alguém para fora, admite-se um outro; ou então o cão vira lebre, ou coisa parecida. Ou alguém inventa outra brincadeira. Por isso é mais gostoso brincar entre nós, sem os adultos. O adulto logo determina como tudo deve ser, escolhe quem vai fazer o quê, e fica apressando, como se quisesse economizar tempo.”
Repensar a nossa participação nas brincadeiras das crianças pode ser interessante para mudarmos de rumo, se este for também seu caso… Como tudo que defendo aqui, não tem certo-errado, mas como meras sugestões, elenco alguns pontos para pensarmos nos momentos de brincadeiras entre pais e filhos:
– Equilibre a participação ativa com uma olhar mais observador – participe ativamente em alguns momentos, como: na montagem dos cenários, na invenção de personagens, etc.. e, em outros momentos, apenas ofereça condições e estímulos para a criação dele.
– Respeite o possível desinteresse da criança por algumas brincadeiras que você pode propor. Se isso acontecer, inventem outras… Não insista só porque você acha uma boa ideia!
– Aproveite para conversar sobre as reações (positivas ou negativas) que a criança possa ter diante de uma derrota ou vitória. Lembrem-se sempre: os exemplos são mais interessantes que os “sermões”…
– As necessidades afetivo-emocionais podem ser percebidas nos momentos de brincadeiras. Conheça ainda mais seu filho brincando com ele, o que ele pensa, quer, sente são “ditos” durante as brincadeiras.
– Observe os personagens, os papéis que ele assume, suas preferências e o modo como demonstra enxergar os adultos, quando brinca de colocar-se no papel de cada um, por exemplo.
– Quando tudo terminar, auxilie a criança a guardar os brinquedos. Ela não gosta? Faça desse momento mais uma grande brincadeira: quem guardar mais rápido e mais brinquedos, pode ser o grande campeão!
1, 2, 3 e… valendo! Ainda tem alguma dúvida que vocês irão se divertir muito?
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Vanessa atua na área de psicopedagogia e psicanálise em São Bernardo do Campo, oferecendo serviços para crianças, jovens e adultos. Vanessa Vigatto atende em São Bernardo do Campo, na Rua José Versolato, 111, Torre B, Sala 817 – Centro.