Sou uma mãe tóxica? Veja 8 atitudes que tornam os pais tóxicos para os filhos

A família é a instituição mais relevante na vida de um indivíduo. Toda a construção de sua personalidade e modo de vida, irão se basear nos exemplos e relações que encontrará ao longo de seu crescimento, sendo, ainda quando criança, que as principais bases são formadas, colocando os pais como pilares centrais dessa formação e necessitando dos mesmos a devida atenção e cuidado.

Apesar de não haver fórmulas mágicas ou pré-estabelecidas sobre como conduzir a criação de uma criança, há, por sua vez, uma série de fatores, comprovados cientificamente, que condizem com más opções para lidar com o comportamento infantil, tornando essa parentalidade em algo tóxico e perigoso para o desenvolvimento do pequeno, que poderá carregar traumas, até mesmo imperceptíveis, para o resto de sua vida.

pais tóxicos por ana carolina de arruda com vipzinho

A psicóloga Ana Carolina de Arruda (Av. Kennedy, 1230, Jardim do Mar – SBC), especialista em comportamento infantil, nos apresenta alguns dos principais pontos a serem evitados durante a criação dos filhos, evitando assim esses efeitos negativos que podem surgir futuramente, o que não só beneficia a família, mas também a sociedade como um todo, visto que a criança tende a replicar os hábitos ruins quando se tornar adulta.

Veja os 8 aspectos principais para se evitar na criação dos filhos.

1) Colocar suas necessidades afetivas como prioridade frente às deles

O grande papel na relação ‘pais e filhos’ se dá pela demonstração e transmissão de carinho e afeto durante toda a vida. Porém, em alguns casos, é possível perceber que os pais passam a suprir suas necessidades afetivas através da criança. O problema acontece quando, durante o crescimento, o pequeno, em teoria, não precisar mais dos pais para determinadas tarefas, mas continuar recebendo essa ajuda, atrasando seu desenvolvimento.

Um exemplo muito claro é de algumas mães, logo após o nascimento, quando o bebê é ainda muito dependente, acabam por se sentir extremamente especiais. Não que não sejam, porém o comportamento nessa relação afetiva deve ser medido e controlado, para não impedir o desenvolvimento natural do pequeno, podendo causar, por exemplo, um medo excessivo de ficar sem a mãe por perto.

2) Reprimir sentimentos negativos

Os sentimentos de uma criança são reações naturais que ela terá em relação a situações vividas durante esse período, porém nem sempre eles serão positivos. Angústia, medo, tristeza, são sensações que teremos durante toda a vida, então desde a infância é essencial que os pequenos aprendam a lidar com elas.

Reprimir os sentimentos negativos, banalizando medos, ou incentivando a criança a não chorar, pois não seria o ideal, não são hábitos saudáveis de criação. Você acaba por afastar os filhos, mostrando que você não irá ajudar quando ele estiver em necessidade.

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3) Impor condições ao amor das crianças

Apesar de sabermos o quanto o amor por nossos filhos é incrível, às vezes podemos acabar por falar certas coisas que podem machucar ou até deixar dúvidas e incertezas na cabeça das crianças.

Por fim, acabamos restringindo o carinho de acordo com o comportamento dos pequenos, por exemplo, utilizando a frase “eu não gosto de você assim” ou “desse jeito você me faz ficar triste” que transmitem um sentimento de erro para a criança, muito maior do que deveria. Como resposta, os pequenos acabam por assimilar as relações afetivas de outra maneira, acreditando em um comportamento específico para se ganhar amor e carinho.

4) Exigir dos pequenos, atitudes e ações que não competem à sua idade

É muito importante dar espaço para as crianças, mostrar responsabilidades, e a necessidade de realizar tarefas, mesmo que pequenas. Porém, é importante que não se cobre além do que cada idade, além do desenvolvimento próprio da criança, pode oferecer.

É preciso evitar cobranças desnecessárias e também pedir tarefas que seja a quem de suas capacidades motoras, por exemplo, ajudar  a arrumar a mesa, se a criança for muito pequena pode deixar cair alguma coisa, nesse momento é ideal que não se brigue pelo ocorrido, pois se pediu um esforço que ela não sabia como entregar.

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5) Não ouvir ou prestar atenção no que as crianças estão falando

Toda criança necessita de atenção, isso não exatamente uma surpresa, mas quando adicionamos a correria do dia a dia, tarefas, trabalho e afazeres domésticos, tudo se torna mais complexo e a atenção para os pequenos, dividida.

No caso, é essencial atender frequentemente as solicitações deles, demonstrando real interesse por suas atividades. As relações afetivas futuras serão um reflexo do que foi aprendido ao observar o comportamento familiar, logo, é importante que até mesmo entre o casal, ou as pessoas que estão ao redor da criança, estejam em maior harmonia. Isso irá garantir que aprendam sobre respeito, amor, companheirismo, empatia e principalmente irá evitar que se envolvam em relações tóxicas mais adiante da vida.

6) Medo de perder o amor dos filhos

Agir em função desse medo pode ser perigoso para pais e filhos. Quando esse sentimento aparece, normalmente, vem acompanhado de um abuso de itens materiais, na tentativa de ganhar e manter o amor da criança.

Quando ocorre esse tipo de troca, os pequenos continuam por sentir falta de uma relação mais próxima em termos de afetividade e acaba criando um círculo vicioso, pois os pais se tornam frustrados, por não entenderem porque o filho não ‘valoriza’ o que lhe é dado, e os pequenos continuam em busca de um vínculo positivo com os pais.

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7) Deixar na mão dos pequenos, decisões que não fazem parte da infância

Essa criação na base da dependência afetuosa pode levar a uma inversão em papéis na casa, onde os filhos se tornarão os chefes e os pais subordinados. A criança começa a decidir assuntos do dia a dia, como o horário do banho, se vai tomar banho ou não, o que irá comer e quanto tempo de televisão verá, entre tantas outras coisas, e até assuntos maiores como onde a família irá viajar nas férias.

É preciso deixar claro que, quando se fala em ouvir as crianças, e diz respeito a suas opiniões e visão de mundo, e não a seus desejos e vontades, não se tratando de fazer aquilo que ela quer, mas conhecendo mais sobre seus filhos.

8) Falta de atualização conforme o desenvolver das crianças

Quem nunca ouviu alguém reclamar que os pais os tratam como bebês? Pois bem, essa possibilidade é muito real. Durante o crescimento é muito comum que os pais se acostumem com atitudes e pensamento de quando tinham crianças correndo pela casa, e se esqueçam de atualizar seus parâmetros para adolescentes, adultos, etc.

Essa falta de mudança pode levar as crianças a ficarem com comportamento infantilizados, deixando em pausa seu lado mais adulto. Este poderia auxiliar em diversas atividades do seu dia a dia, principalmente aquelas que poderia fazer sozinha, prejudicando a formação da autonomia.

parentalidade tóxica por ana carolina de arruda com vipzinho

A Ana Carolina de Arruda é pessoa perfeita para auxiliar mães e pais que se sentem dessa forma, conduzindo durante um processo e tratamento, para que possam conviver em harmonia com as crianças, e que essas então, possam crescer e difundir bons comportamentos estando em sociedade. Ana é pós-graduanda em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), pela Univesidade Federal de São Carlos (UFSCAR), e possuí anos de experiência trabalhando com o universo infantil.