A pandemia criou lacunas muito grandes na rotina das crianças em 2020, isso é um fato constatado por diversas mães ao redor, não só do país, mas também do mundo. Um dos pontos mais abordados foram o tédio, a ansiedade e a dificuldade das crianças de se relacionar umas com as outras, devido a falta de contato, que era tão forte, principalmente durante os períodos de aulas nas escolas.
Psicoterapeutas apontam a importância e a necessidade do encontro entre as crianças. Fora as atividades familiares, que também são essenciais, o impacto da ausência dos amiguinhos pode ser muito danosa ao desenvolvimento dos pequenos. Segundo Luciana Katrip (Av. Lino Jardim, 697 – Vila Bastos, Santo André), psicoterapeuta, especializada no atendimento de crianças e adolescentes, a tentativa dos pais de substituir os amigos por sua própria presença, ou itens materiais, pode ser um caminho consequências bem difíceis para se corrigir.
De acordo com Katrip, as crianças, independente de sua idade, possuem um maior grau de desempenho quando colocadas em diferentes ambientes, e recebendo estímulos variados, como brincar em uma caixa de areia, por exemplo, que permite sentir textura, criar formas, construir e reconstruir, além de enfrentar certos desafios, como as diferenças em um chão não nivelado. Tudo isso é extremamente benéfico e demonstra pontos aos pequenos que devem ser trabalhados, mesmo que inconscientemente.
Com relação ao contato com outras crianças. Estar em diferentes ambientes já costuma promover esse tipo de encontro, como na escola, por exemplo. O que acontece muito, e vem sendo recorrente durante a pandemia, é a comunicação ficar restrita entre adulto e criança, onde os pequenos não esforçam como deveriam em suas expressões, por achar que os adultos vão corresponder, e muitos de fato o fazem, visto que para eles, os adultos sabem de tudo.
Quando em contato com outras crianças, há uma necessidade de explicar as coisas e entender as diferenças de explicar para outros e variados tipos de pessoas. Também adquirem novo vocabulário e passam a entender melhor os conceitos de trabalho em equipe, liderança, amizade e companheirismo. também é em momentos como esse que aprendemos a dividir e compartilhar, a se defender sozinho, a reconhecer injustiças e até mesmo sua própria força.
O que normalmente é feito pelas escolas, por educadores e adultos em geral, é vigiar essas relações e as controlar, garantindo que os resultados não fujam do esperado, porém é possível que muitas interferências também impactem de forma negativa. O mais interessante, principalmente estando nessa situação pandêmica, é aproveitar do bom acompanhamento psicológico e psicopedagógico para dar suporte a essas mudanças na vida das crianças e auxiliar em como superar essa grande pausa no contato social.